(LEIA ATÉ O FIM, há um ponto mais importante)
Alguns acompanharam no blog no meu mg a viagem que iniciei com o colega Marcírio, mas que tive que abortar por problema na máquina. Quanto à moto, vai ficar bem novamente, é questão de tempo. Quanto à mim, mudei, aprendi coisas tendo que me virar para trazer a moto e ficando sozinho andando alguns dias de ônibus, o que me permitiu pensar muito na vida e, principalmente, nas pessoas. Então decidi repassar para vocês parte desse apredizado que tive...
VIAGENS LONGAS: Qual o seu real objetivo ao realizar uma viagem longa?!
Não sei vocês, mas eu sempre idealizei que isso seria "conhecer lugares" e "conhecer pessoas". Iniciamos juntos viagem com destino ao Ushuaia, Fim do Mundo ou Terra do Fogo, extremo sul das Américas e cidade mais austral do planeta. Pode ser considerada a "meca" dos motociclistas. Pois é... tentei, mas não cheguei ainda, e, pelo que observei, não era para conseguir mesmo, pois a vida me reservou um novo destino, de ônibus e sozinho... pois fiquei (enquanto a moto era transportada para Buenos Aires) 2 noites em PUNTA ARENAS, sonho de infância que eu já havia até esquecido... mas Deus lembrava... e me deu a chance de conhecer Punta Arenas (não haviam passagens de ônibus para Ushuaia ou Puerto Natales, outros destinos possíveis naquele momento da viagem).
Mas, sintetizada minha odisséia, voltamos à questão: Qual o seu real objetivo ao realizar uma viagem longa?! Meu parceiro de viagem tinha o real objetivo de atingir o destino voltar pra casa o mais rápido possível (tinha por quem voltar rápido). Já eu não tinha essa pressa e nem os locais de passagem/pouso definidos e fui catando contatos pelo caminho, de "moteros" "motoviajeros"(motociclistas que são moto viajantes), tanto que consegui conhecer pessoalmente (nos 5 dias que rodei) os colegas de Las Grutas, da grupacíón Almas Moteras. E isto sem falar que no primeiro dia de viagem já haviams encontrado o colega da Hermandad Sin Fronteras, o Nômade (Luis Bustamante), que me passou vários contatos no caminho, e que alguns me foram úteis quando tive problemas. Portanto, as PESSOAS foram o elemento mais importante para mim nestes dias que viajei, rodando ou de ônibus. Mais gente me ajudou e o objetivo aqui não é listar ou fazer todos os agradecimentos, isto eu faço pessoalmente, na estrada, um-a-um. O importante é frisar a pergunta: Qual o seu real objetivo ao realizar uma viagem longa?!
Bom, se você nunca passou por uma viagem longa, aqui vão alguns perfis humanos:
- Os "papa quilômetros", que quer fazer o máximo possível e se orgulha em fazer um percurso em pouquíssimos dias;
- Na outra ponta ficam os que querem apenas curtit, os "passeadores", sem destino (ou quase) que não tem pressa nenhuma e nem trajeto fechado definitivamente;
- Os "programados", que marcam até a hora que vão chegar em cada lugar, o que é um exagaro que deve ser evitado, pois sempre pode acontecer algo imprevisto, como um simples atraso poque ficamos conversando com outro(s) celega(s) no caminho;
- Os "hoteleiros", que aó param em hotel e não abrem mão disso;
- Os "campistas", idem, mas em relação ao camping;
- Os "vôo solo", que mesmo em grupo, não o sabem fazer, e acabam correndo o risco de serem individualistas;
- Os "grupais", que sempre andam em grupo e vivem isso, deixando o individualismo de lado e levando a parceria ao pé da letra, pois deixam de viajar se um colega estiver com problemas;
- E tantos outros que qualquer um de nós pode inventar, como fiz agora com base na minha pouca experiência e em relatos da galera. Estes são os extremos, não leve ao pé da letra.
Então, você se encaixa num destes? Pois é, não tem como saber sem fazer a primeira viagem longa. Eu já fiz 2, uma "curtinha" (2 min Km) e esta outra de 9 mil Km (daqui da fronteira) ao Ushuaia. Apenas um começo, mas que te transforma por dentro.
Agora tenho um porém a discutir...
AUXÍLIO, que se dá aos companheiros de viagem. Nesta minha tentativa de ir de moto ao Ushuaia o parceiro me ajudou 2 vezes (1 vez sem combustível e quando quebrei a moto). Foi decisivo ter alguém junto, pois seria muito pior sem ajuda. E na última pane eu disse para ele que seguisse viagem, e eu realmente acreditava que ele deveria seguir, do fundo do meu coração. Mas não é esta a discussão...
O ponto onde quero chegar é que os VETERANOS com quem conversei me disseram o seguinte, GUARDEM BEM ISTO, se um parceiro ficar no caminho, alguém TEM QUE FICAR JUNTO até que um novo colega assuma ou ATÉ O FIM. Ponto final, entre os veteranos que realmente viveram a estrada (as lendas vivas) não há discussão neste quesito. E chegar ao destino não é o real objetivo... mas sim o "viajar", e viajar inclui também os imprevistos e os "perrenges" que os parceiros vão passar JUNTOS, sempre juntos até o fim.
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