segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

As Tragédias e a Cultura da Insegurança

Uma coisa que as viagens nos trazem é o contato com outras pessoas e outros padrões de comportamento. Isto nos traz uma visão de mundo maior, mais ampliada, fazendo com que observemos diferenças de comportamento. Neste caso da tragédia em Santa Maria (RS, Brasil) ocorrida no dia de ontem, ficou obvio (MAIS UMA VEZ) que a prevenção é deficitária, ou seja, não se prioriza a segurança.

Uma coisa que aprendemos a observar quando nos tornamos moto viajantes é o Risco Calculado, quesito básico dos esportes radicais, onde se corre riscos sim, mas de forma calculada a ponto de não representar tantos danos à VIDA das pessoas. A VIDA é a única coisa que realmente importa, ficando acima de qualquer outro valor tangível (inclusive o maldito dinheiro, um infeliz mau necessário na economia atual, baseada em sistema financeiro).

Então fica a pergunta:
Até quando insistiremos na Cultura da Insegurança?!

Bom, nas moto viagens e no uso diário da motocicleta o risco é sempre presente, o que nos traz alguns "novos" (que antes não existiam) padrões de comportamento, como, por exemplo, usar o CAPACETE e prender bem à cabeça. E isto se estende a todos os veículos, como o uso do CINTO DE SEGURANÇA carro (para todos os passageiros). Com o aumento das velocidades também se tornou indicado MANTER DISTÂNCIA do veículo à frente. E tantos outros padrões "novos", que antes não existiam.

E o problema é justamente que temos um comportamento padrão de resistir às mudanças e muitas vezes dizemos que "isto e bobagem!" ou "não exagera!" e nos negamos a aceitar estas novas mudanças (muitas não tão novas assim) nos submetendo à insegurança de forma conciente e correndo riscos desnecessários sem se importar com os demais que vão ficar sem nós ou até mesmo correr risco conosco, levando ou envolvendo alguém num incidente/acidente.

E são coisas simples como andar muito acima do limite de velocidade, pois mesmo se a estrada permitisse mais velocidade, a sinalização horizontal da pista está feita pensando na velocidade oficial; ultrapassar em faixa dupla; ultrapassar quando falta pouco para chegar; entrar na ou atravesar a pista/rua antes do que seria seguro, só para ganhar poucos segundos (ou mesmo minutos).

Então pessoal, obedeçam a VELOCIDADE sempre que possível; sigam as FAIXAS pintadas na estrada e só ultrapassem apenas quando possível e, mesmo assim, PENSE SE VALE A PENA mesmo correr o risco por pouca vantagem; PRENDAM BEM O CAPACETE; USEM O CINTO em todos os passaeiros; dêem a preferência; sejam educados e controlados; ou seja, usem a cabeça, pois SEMPRE HÁ OUTRA VIDA ENVOLVIDA!

Portanto, temos que mudar também o nível de cobrança individual e coletiva, exigindo de nós mesmos, das empresas, do governo e da sociedade como um todo, um maior envolvimento com as normas (que já existem) e temos que repensar essa nossa herança cultural que nos faz ignorar regras e normas, fazendo, por exemplo, que um estabelecimento continue funcionando sem os devidos alvarás e sem que seja fiscalizado pelo poder público ou pelos clientes que contratam o serviço. Temos que mudar o mais difícil: NÓS MESMOS...

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